sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Dias 1 e 2


Vou começar esse post falando da viagem e depois eu falo dos dias de hoje e ontem. Acho que vai ser bem longo :P

A viagem foi tranquila. Nem eu nem a Luisa (outra brasileira que viajou comigo) tivemos nenhum problema com a Polícia Federal. O voo foi bom, apesar de eu ter sentado em um lugar ruim (nas cadeiras do meio, além de não ter sido no corredor) e não ter conseguido dormir (o que já era de se esperar, porque afinal... sou eu. O Dramin serviu só pra me fazer cochilar um pouquinho). O jantar do avião tava até bonzinho, comi uma carne com arroz.
Chegamos em Lisboa e andamos, andamos, andamos e andamos até chegar na imigração. A fila tava grande, mas foi bom que não demoramos porque depois ela ficou enorme. O policial que me atendeu foi muito simpático, perguntou o que eu ia fazer em Paris e perguntou se eu falava francês, porque se eu não falasse ia morrer de fome. Isso tudo com aquele sotaque português engraçado.
Passada essa parte, ficamos sem ter o que fazer e fomos numa lanchonetezinha – acabou que eu só comprei uma água – onde ficamos até a hora do embarque, porque por pura sorte o portão era na frente de onde nós estávamos. Conseguimos internet, o que foi bom pra avisar que estávamos vivas e estava tudo bem :P


Entramos em um pequeno ônibus que estava bem cheio e ficamos conversando com umas outras brasileiras que também estão fazendo intercâmbio. Elas foram super legais, tem uma que vai inclusive fazer o mesmo curso de francês que eu vou fazer.

O voo pra Paris atrasou por algum motivo, mas tirando isso foi tudo bem também. Pra variar não consegui dormir :P
Fui recebida por um casal bem simpático, Muriel e Pedro. Eles receberam uma intercambista, a Nicole. Viemos as duas no carro deles e fomos conversando no caminho. Isso serviu pra me tranquilizar, porque mesmo com pouco tempo de francês eu consegui me comunicar. Eles combinaram com a Rosa – minha host mother durante esse primeiro mês –  que ela iria me pegar na estação de trem. Ela disse que ia chegar num carro azul, e adivinhem? Pararam cinco carros azuis no lugar que a gente tinha combinado! Sem brincadeira!

Eu e Nicole no local onde paramos pra esperar a Rosa

Enfim, fui pra casa que é bem bonitinha por fora, toda amarelinha. Meu quarto é bem pequeno e diferente, mas eu gostei.

A Rosa é bem legal e se mostrou bastante atenciosa. Teve uma hora que eu estava chorando que ela me consolou, disse que eu podia ligar pros meus pais e tals.

Eu estava bem preocupada porque pensei que tinha perdido meu celular, aí eu fui até a casa da coordenadora – Julie, muito simpática por sinal – para que ela pudesse entrar em contato com o casal (já que ela é coordenadora da Nicole também) pra ver se estava no carro deles.  Eles disseram que não, e eu que já estava super preocupada fiquei mais ainda... Acabou que o celular estava dentro da minha mochila (só que eu jurava que nem a tinha aberto!)
Fui dormir bem mais tranquila e feliz, já que tinha conseguido internet e estava com meu celular!

Acordei 13:40... Também, né? Estava mortinha!!
Comecei a ficar desesperada porque achei que ia ficar o dia inteiro aqui, morrendo de tédio... Acabou que a Rosa me levou de carro pra passear. Paramos numa cidade aqui perto chamada Enghien, que é linda! Tem umas construções meio antigas, é cheia de lojas e tem muitas plantas... Amei! Passeamos perto do lago, onde eu tirei algumas fotos.



Ah, lembram que eu tinha dito dos carros azuis? Aqui tem muitos carros coloridos! Azuis, verdes, amarelos... Vi até um rosa! Uma gracinha



Depois, como eu estava morrendo de fome fomos ao McDonald’s. Parece que todos McDonald’s  na Europa tem Wifi, porque eu já tinha visto isso na Espanha e aqui também tinha. E a conexão é boa!
Depois eu quis tomar um sorvete, e paramos numa lojinha de doces que era uma gracinha, toda coloridinha e organizada! Pena que não tirei uma foto... Fiquei até com vontade de comprar um chocolate ou alguma coisa assim, pena que não gosto :P

Voltei pra casa, conversei um pouco com uma italiana (adulta) que está aqui enquanto comia uma espécie de pizza, só que estava meio ruim porque tinha muito queijo, eu acho.
Enfim, tomei banho e agora estou postando isso... Fim do meu dia! Amanhã se tudo der certo irei a Paris! Ruim, né?
Bisous,
Lorena

P.S.: Vocês estão percebendo que eu estou narrando tudinho? Estou em dúvida se devo continuar fazendo isso ou ser mais prática, porque acho que desse jeito está meio cansativo... Vou pensar!
P.S.2: Antes não estava dando pra comentar, mas acho que agora dá.

Despedidas


“Nobody said it was easy, no one ever said it would be this hard”. Eu acho que essa é a melhor frase pra descrever o “processo” de despedida.
Minha ficha demorou a cair. Tem muito tempo que eu estou planejando esse intercâmbio, mas ele sempre me pareceu uma coisa muito distante... Eu sabia que uma hora ia acontecer, mas acho que nunca parei pra pensar que uma hora eu realmente entraria num avião pra ficar longe de tudo que eu gosto e conheço por 6 meses.
Eu comecei a perceber que a viagem estava chegando quando faltavam duas semanas, mais ou menos... A cada dia que passava, eu ia tendo um pouquinho mais de consciência do que estava pra acontecer.
Mas eu realmente só percebi de fato o que eu estava fazendo, um dia antes da viagem, quando despedi das minhas amigas. Até então eu não tinha chorado, mas aí não deu pra segurar. E eu nem tentei, pra falar a verdade.

Nesse dia, voltei pra casa – chorando, e parece que as lágrimas cessaram. Só que mais tarde, quando minha prima despediu de mim, começou tudo de novo, e dessa vez não parou. Foi até eu dormir.
Nem preciso dizer que tive uma péssima noite de sono, né? Acordava toda hora, e, além disso, acordei cedo. Mas tudo bem, porque quando eu levantei eu pensei que estaria melhor (com melhor, leia-se: parado de chorar por tudo). Mas aí eu fui ler um recadinho que meus pais deixaram pra mim e adivinhem?? Não sei como não sofri uma desidratação, viu.
Um pouco depois eu até esqueci de chorar porque estava muito focada nos detalhes, documentos, malas, bagagens de mão... Só que mais ou menos uma hora antes de sair de casa, voltei a derrubar minhas lágrimas.
Esse post está ficando chato, né?  Ok, todo mundo já entendeu que eu chorei muito... Mas acho que é importante falar disso pra dar ênfase no quão difícil é a despedida, como eu disse lá em cima.
Enfim, despedi da Suzete (chorando), da Isaura (chorando mais ainda) e fui pro carro. Adivinhem o que eu fiz até o aeroporto? Pois é, chorei.
Enfim, meu emocional ficou mais tranquilo no aeroporto, até que deu a hora de eu despedir dos meus pais e meu irmão. Até pensei que ia chorar mais do que eu chorei, na verdade, mas foi tão rápido... (Na foto acima eu ainda não tinha chorado haha)
Como disse – ou cantou, sei lá – o Chris Martin em The Scientist,  na primeira frase que está nesse texto, eu sabia que não ia ser fácil, mas precisava ser tão difícil? Que coisa mais sofrida! É muito, muito, muito complicado dar tchau a tudo que faz parte meu dia a dia – até coisas simples, que eu nem valorizo tanto.
Sofro só de imaginar o tanto que vai ser difícil ficar longe da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, dos meus tios, dos meus primos, da minha avó, dos meus amigos, dos meus professores, dos meus colegas, da minha cachorra, da minha casa, do meu quarto, da minha cama, do meu computador, da casa da minha avó, do meu colégio, do ballet, da minha cidade... Enfim, de tudo!
Mas eu tenho certeza que tomei a decisão certa quando resolvi fazer intercâmbio. Melhor ficar triste por causa de saudade – que vai passar – do que por arrependimento (que seria o caso se eu não tivesse viajando), não é? Então, o que me resta é aproveitar muito! A viagem está apenas começando :D

Um grande beijo,

Lorena

P.S.: Mais tarde eu posto sobre os primeiros dias
P.S.2: Vou tentar arrumar um layout melhorzinho depois!